26.9.07

Soneto do amor motor

Canto o amor de agora
que não é amor de antes,

amor que sempre implora
um novo conjunto de jantes.

Canto o amor de agora,
não o de outrora amor de antes,
amor que está na moda
e seus painéis elegantes.

Canto o amor do momento,
amor que desconhece incenso,
dispensadas as juras eternas.

E enquanto houver gasolina,
o amor – eu sei – nunca termina:
amor que anda sem usar as pernas.