9.12.07

Uma emoção para Marah Eva


quero fazer uma poesia

q de tão solta

por dentro

do céu

da tua boca

torne a vida

muito menos

pouca

e q ao redor

de nós

seja tudo

valsa

no mais infâme

passo de bossa

ou qualquer música

q possa

fazer-nos

minguantes

em torno

de uma


lua: diamantes.

áspero
é o contorno
dos meus dedos
sobre teu corpo...

e
corro descarado
dedilhando
teus buracos
dos imprecisos
aos improváveis
até os explícitos
legítimos buracos
criando trilhas
envolvendo tangentes...

e é quando
cuspo nos dedos
o caminho deslizável
até avistar
como náufrago
em pleno mar
a terra firme
onde afinco os dedos
- terra de ninguém
onde nem buracos tem.

um passo em falso não é passo errado talvez sim seja a maneira mais prática menos drástica de se caminhar tal fosse nuvens sob os pés descalços embora faça-se eterno pensar estar pisando errado e como num temor de parecer desleixado disfarça-se cobrir buracos com os pés feridos e calejados.

O TEMPO EM HORAS


Horas tensas que passem não me dizem nada
pois no pulso trago
um relógio de ponteiros
vagarosos e inclino todo o meu dia
a este tempo sem espera e pressa
num andar deslizar sobre as calçadas.

Porque tenho este relógio
as horas tensas
em greve
não passam.