14.12.07

Ilúdico



Cansado de paixões ligeiras
arrebato-me à razão: um coração sem ninho.
Espero o momento certo
sentado e furtado
de grandes esperanças
(imune a passos rápidos)
o amor bater-me às pálpebras
e introduzir em mim
o passo fundo
lento
escasso
num coração gélido
de sensações insanas
posto que a espera
feita cômoda
tirou-me a agonia
dos delírios
das delícias
dos arremedos
da paixão.

3 comentários:

lekineka disse...

a vida nada mais é do que a constante sensação de ser feito desfeito acolhido empurrado a torto e direito, com mágoas sanadas e lembranças apagadas, sentidos alertas e pouco despertos, dolorido de gripe e de abuso, de assalto e roubo secreto, de quedas e esperneios, de choros alegres e risadas tristes, do contato frenético e suave, do alterado intocável e da lambida desperdiçada em corpo estragável.

lekineka disse...

por isso não viva, não ame, não chore, não ria, não sinta, não goze, não desista, não persista, não sofra como se fosse a última vez mas como a primeira...

Anônimo disse...

as vezes achamos que a nossa vida mundana não tem mais vida e nesses momentos que nasce o amor por isso o amor e tão fragio