1.11.07

Aos poetas da praça.

O poeta
na praça
dedilha as cordas
vocais
afinando
um tom acima
seu mais perfeito
verso. Aquele
verso
que em sua poética
pretensão
há-de entornar nos ouvidos
passantes ou parados
da praça
o gosto pálido da vida.

O verso que nem pedra.

Que enfim
inverta os caminhos
desdirecione os ouvidos:

um verso apenas
mais que emenda
e que num primeiro passo
- seguro passo em voz e asco -
expulse da praça
os fervorosos servos de Deus.

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